O município de Carambeí realizou uma semana de atividades para destacar a temática da eliminação da violência doméstica e familiar contra a mulher. A prefeitura através da Secretaria Municipal de Assistência Social em Carambeí realizou a 1ª Semana de Conscientização de Combate à Violência Doméstica e Familiar, instituída como lei municipal número 1.377/2021 pelo vereador Eclailton Bueno. 

O dia 25 de novembro que é o dia reservado para esta reflexão serviu também para um evento solene com a presença de autoridades do município para lembrar da data e sua importância para a sociedade. 

Estiveram presentes a prefeita Elisangela Pedroso, a secretária municipal de Assistência Social Johanna Macedo, diretores de departamentos, Conselheiros Tutelares, Polícia Civil, os vereadores Eclailton Bueno, Sandro de Oliveira, Deleon Betim, da Comarca de Castro, o Juiz Substituto Frederico Alencar Monteiro Borges, e demais convidados.
A secretária Johanna Macedo lembrou que “é delicado falar da violência pois muitas vezes ela está velada, escondida e as mulheres apresentam dificuldades em denunciar, por isso é necessário debater o tema”, completou. Joaninha agradeceu a presença de sua equipe da Assistência Social que não mede esforços em ajudar as mulheres, também ao vereador Eclaiton pela proposição da Lei, o Juiz de Castro que sempre atende a cidade e a prefeita Elisangela Pedroso que demonstra sua atenção especial à mulher em situação de violência, seja de qual forma for”, disse Joaninha. 

A secretária destacou que “para interromper o ciclo de violência contra a mulher é preciso denunciar a situação para as autoridades competentes, a Polícia Militar, Polícia Civil, o Ministério Público, o CRAS, CREAS e também na Central de Atendimento à Mulher no disque 180”, disse ela.

O vereador Eclaiton Bueno ao falar sobre sua proposição na forma de lei, disse que a sociedade precisa debater o tema, “a violência deve ser extinta das casas, das famílias e que possa ser dada a continuidade dos debates e pensar mais na vítima, e nas medidas preventivas e protetivas, enquanto filho, pai, penso numa sociedade transformada, através de novos comportamentos”, disse ele.

O Juiz Fredeico de Alencar Monteiro Borges agradeceu o convite da gestão municipal e lembrou que “muitos casos de violências estão velados dentro das famílias, e violência e afeto não combinam, criminalizar, penalizar somente, não resolve”. Disse também que “por muito tempo se normalizou a violência, e a lei Maria da Penha parte deste princípio de que violência e afeto não combinam, em nenhuma relação”, disse o Juiz. 

A Lei Maria da Penha já tem mais de 15 anos e o Judiciário de Castro está à disposição, mas apenas criminalizar não resolve, é necessário trabalhar no contexto contra o paternalismo, o machismo, ir na raiz do problema, e mudar como vemos as relações familiares”, completou o Juiz.

Finalizou o juiz que “o trabalho em rede, através do Judiciário, Executivo, Legislativo,  CRAS/CREAS mudam a abordagem do problema e educam a sociedade, precisamos de iniciativas mais corajosas”.

A prefeita  Elisangela Pedroso disse que o dia 25 de novembro de  2021 será um marco para a história da cidade, pela presença do Juiz, pela proposição da lei do vereador Eclaiton Bueno, que foi aprovada por unanimidade pelos demais vereadores, em que essa lei foi sancionada, abrindo um  espaço de discussão desse tema tão importante para a sociedade carambeiense.

“Vivemos o nosso momento, enquanto mulheres, de não nos calarmos, não aceitarmos nenhum tipo de violência”. 

Disse ainda que “enquanto a primeira mulher prefeita de Carambeí tenho esta responsabilidade de levar adiante esta Lei Municipal 1377/2021 a qual sancionei”. 

Destacou também a prefeita que “esse momento histórico é o início de um trabalho em rede para alcançar o maior número de mulheres vítimas de violência, pois a cada 7 horas, uma mulher é morta, a cada dois minutos uma mulher sofre violência doméstica e isso precisa mudar, pois atrás de cada mulher vítima existe uma família, que geme por socorro”. Pontuou ainda a prefeita que 
“ nossas instituições devem ser prontas para o acolhimento e atendimento, e abrigar toda a família, levando denúncias adiante e resolvendo todos os tipos de agressões”.

Finalizou a prefeita Elisangela “em pleno século 21 ainda sofremos preconceito pelo fato de sermos mulheres, mas vamos ocupar o nosso espaço, é o nosso momento de não nos calarmos”.

Ainda dia 25 aconteceu a palestra do NUMAPE – Núcleo Maria da Penha, com orientações da Polícia Civil, Militar e também com tendas para o atendimento ao público na Praça Cívica sobre a saúde da mulher, justiça e direitos, e a rede de proteção municipal. 

Durante a semana aconteceram várias ações de panfletagem, atendimentos de profissionais do CRAS/CREAS e também a participação especial da ADRA- Agência Adventista de Recursos e Assistência Social que levou sua estrutura com diversos atendimentos para a comunidade. Uma equipe do CESCAGE  realizou testes de glicemia e hipertensão arterial para a população.

Texto: Ana Paula Inacio