O governador Ratinho Junior (PSD) e o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB/AL), assinam amanhã as delegações das rodovias estaduais dos dois primeiros lotes da nova concessão de rodovias no Paraná. O lote 1, com extensão total de 473,01 km, engloba as ligações entre Curitiba e Guarapuava (Trevo do Relógio) e Guarapuava a Ponta Grossa, além da Região Metropolitana de Curitiba. O lote 2 tem extensão total de 600 km. Ele engloba as ligações entre Curitiba-Litoral, Ponta Grossa-Jaguariaíva, Jaguariaíva-Ourinhos (na divisa com São Paulo) e Ourinhos-Cornélio Procópio.

A assinatura acontece dois dias após nova reunião entre Ratinho Jr e Renan Filho em Brasília para tratar das novas concessões. Ratinho Jr defende a manutenção do modelo de concessão elaborado na gestão Bolsonaro que prevê leilão por menor tarifa com pagamento de um aporte financeiro proporcional ao desconto para a garantia das obras. O PT do Paraná e deputados da Frente Parlamentar do Pedágio da Assembleia Legislativa defendem que a licitação seja por menor tarifa, sem limite de desconto ou pagamento de aporte.



No último dia 19 de janeiro, após uma primeira reunião com o ministro, o governador afirmou que teria fechado um acordo com o governo federal para manter o modelo de novas concessões do pedágio no Paraná elaborado na gestão Bolsonaro, que prevê leilão por menor tarifa com desconto condicionado ao pagamento de um aporte financeiro para a garantia da realização de obras. O PT paranaense contestou a informação, alegando que não houve qualquer acordo nesse sentido, e dizendo que o governo federal ainda estaria analisando a situação.

Em agosto de 2021, ainda no governo Bolsonaro, Ratinho Jr e o então ministro dos Transportes e hoje governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, anunciaram o modelo de concessões dos novos pedágios, afirmando que as tarifas ficariam em média 50% mais baratas que as dos contratos anteriores, que expiraram em novembro daquele ano.



Em outubro do ano passado, porém, ao liberar a licitação para os lotes 1 e 2, o Tribunal de Contas da União (TCU) alertando para o risco de que as tarifas fiquem mais altas. De acordo com o órgão, para que as tarifas dos novos pedágios sejam significativamente menores, o deságio no leilão deverá ser bastante superior a 11,5% das tarifas básicas. Segundo o TCU, caso esse deságio não ocorra, certamente as concessões paranaenses “permanecerão com o status quo de serem as mais caras entre as rodovias federais, ao longo de mais 30 anos”. O custo da viagem entre Curitiba e Londrina, por exemplo, pode ficar 35% mais caro que os pedágios antigos, segundo o órgão.


Fonte: Bem Paraná